O Brasil possui 10% das reservas mundiais de manganês, sendo o país com a quarta maior reserva do mundo.
O manganês (Mn) foi um dos primeiros minerais produzidos no Brasil, tendo o início da sua exploração no século XIX e sendo o principal produto de exportação no início do século XX. Em 1900, o estado de Minas Gerais já registrava exportações de 89 mil toneladas, chegando a exportar 440 mil toneladas em 1941, na Segunda Guerra Mundial.
Em 1960 o Brasil produzia 1,1 milhão de toneladas, cerca de 7,3% da produção mundial, e exportava 870 mil toneladas, equivalente a 14% das exportações mundiais. O minério de manganês ocupava a primeira posição na exportação de bens minerais, superado pelo minério de ferro somente após a criação da Companhia Vale do Rio Doce em 1942.
Em 2016, as reservas brasileiras de manganês correspondiam a 19,3% das reservas mundiais, sofrendo grande queda em comparação ao ano anterior, em que a participação era de 30,1%. Isso se deu não por conta da queda de produção, que se manteve constante em 1,2 milhão de toneladas por ano, mas sim pela descoberta de novas reservas pelo mundo, principalmente na África.
No ano de 2019, o manganês foi a 5° substância mais requerida para pesquisa no Brasil, ficando atrás somente do ouro, da areia, do quartzito e do cascalho. As reservas brasileiras estão distribuídas pela região Sudeste nos estados de Minas Gerais, do Espírito Santo e de São Paulo; pela região Norte no Pará e no Amapá, pelo Nordeste nos estados do Ceará e da Bahia e pelo Centro-Oeste com Mato Grosso do Sul e com Goiás.
Uma característica importante do minério de manganês é que ele é essencial para a produção do aço, em que é usado como agente dessulfurante e desoxidante. O seu uso é feito na forma de minério natural com adição de gusa em alto forno e com adição também em fornos para a produção de ferroligas à base de manganês.
As ferroligas são consumidas posteriormente na indústria siderúrgica em praticamente todos os tipos de aço e fundidos de ferro, devido a sua propriedade de dessulfurização (retirada do enxofre). O setor siderúrgico absorve pouco mais de 85% do minério de manganês, seja de forma natural ou transformado em ligas à base desse minério. Dos 15% restantes, sob a forma de bióxido de manganês, 10% são utilizados como componente de pilhas e 5% como insumo da indústria química (adubos, rações).
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O escoamento do minério de manganês das regiões produtoras ao principais clientes domésticos é feito em sua maioria por ferrovias e rodovias, utilizadas para atingir os produtores de gusa da região Sudeste e Norte (PA e MA) e os produtores de ligas à base de manganês, também localizados em sua maioria na região sudeste do país (MG, SP e ES), e com uma única unidade de fabricação no estado da Bahia.
Os principais consumidores de manganês para a produção de liga são usinas integradas às empresas do grupo Vale, sob denominação de Rio Doce Manganês com usinas metalúrgicas nos municípios de Santa Rita do Jacutinga, São João Del Rey, Conselheiro Lafaiete, Barbacena e Rancharia, em Minas Gerais, Corumbá em Mato Grosso do Sul e Simões Filho na Bahia. De maneira geral a produção de manganês se constitui de mina integrada com a usina de beneficiamento, em que o minério é britado, lavado e classificado em granulometria adequada ao uso.
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